O ambiente construído, que abrange edifícios, infraestrutura e espaços urbanos, é responsável por uma parcela significativa das emissões globais de carbono. Dados internacionais indicam que as edificações representam cerca de 37% dessas emissões (construção e operação), mas esse número pode não refletir adequadamente o cenário brasileiro, devido às diferenças na matriz energética e aos padrões de consumo de energia e gestão dos recursos naturais. Compreender o perfil de emissões no Brasil, especialmente em São Paulo, é um desafio crítico para a implementação de estratégias eficazes de descarbonização, algo central para o trabalho do nosso Grupo de Trabalho (GT) de Descarbonização do Ambiente Construído, que busca desenvolver soluções adaptadas à realidade brasileira.

Desde a concepção até a operação das edificações, as escolhas feitas em cada fase influenciam diretamente as emissões de carbono ao longo de todo o ciclo de vida. A fase de projeto, com foco na sustentabilidade, e a escolha de materiais e técnicas na construção geram impactos iniciais, mas é durante a operação que ocorre a maior parte das emissões. Investir em práticas sustentáveis, como o uso de materiais de baixo carbono, fontes renováveis de energia e a aplicação de soluções de economia circular, é essencial para um futuro mais equilibrado e com menor impacto ambiental. Essas escolhas, juntamente com o apoio de políticas públicas e o planejamento urbano sustentável, estão no cerne do trabalho do GT, que visa promover uma abordagem integrada e colaborativa para transformar o ambiente construído. Todos esses fatores-chave, além de reduzir a pegada de carbono, fortalecem a resiliência das edificações frente aos desafios das mudanças climáticas, impactando tanto o ambiente quanto os usuários dos espaços construídos.